Capítulo 15º | Visitantes – Jacob
Enquanto me mantinha firme nos braços de Bella, um barulho logo atrás de nós se formou. Olhei irritado, imaginando quem estava nos atrapalhando. Fui pego de surpresa. Sam caminhava em minha direção, sua aparência mostrava preocupação e alívio ao mesmo tempo. Seth, Paul e Jared caminhavam com ele.
-Jacob – ele disse- Reunião do Conselho extraordinária.
-O que houve Sam?
-Não temos tempo para perguntas agora. Precisamos de todos.- ele disse enquanto andava firme até a casa de Sue, todos os membros do conselho estariam presentes na reunião inesperada.
Aquela conversa estava me deixando aflito. O que havia acontecido para que ele deixasse a Lua de Mel e voltasse para a reserva. Sam sempre respondia todas as perguntas, só escondia alguma coisa que pudesse ser muito importante.
-Nos reuniremos na casa da Emilly, vão o mais rápido que puderem.
Pegamos a picape de Bella, os meninos foram atrás,aparentemente estavam todos aflitos como eu, ninguém sabia o que havia acontecido. Seth ficava imaginando possibilidades e tagarelando alto o caminho todo, o menino tinha criatividade.
Aquele ar de preocupação estampado no rosto de Sam me intrigava. Usei toda a potência da caminhonete e em cerca de dez minutos estávamos na casa de Emily, mas havia mais alvoroço ainda. Meu pai já estava por lá, minhas irmãs também.
Emilly estava na soleira da porta, seu olhar vagava no nada. Mas ela não estava só, um pouco a frente avistei quatro mulheres. Elas vestiam regatas e calças jeans coladas. Os cabelos longos, eram compridos e encaracolados. Suas peles morenas reluziam o sol. Eram repletas de uma beleza misteriosa e nativa, o cheiro era estranho, amadeirado e doce ao mesmo tempo.
Quando estacionei a picape, o barulho vez com que a atenção se voltasse para nós. A feição continuava séria. Elas nos observavam, Bella pegou minha mão e fomos andando, até que Emilly nos viu,e correu até nós.
-Jacob, Bella – ela disse enquanto abraçava Bella.
-Você está bem? – Bells perguntou
-Um pouco assustada – ela confessou.
-Quem são elas? – perguntei.
-Amigas – ela afirmou – Salvaram minha vida.
Salvaram a vida dela?Meu sangue ferveu em imaginar que minha amiga correu perigo, talvez fosse esse o motivo de tanta algazarra. Antes que eu pudesse perguntar mais alguma coisa, os outros chegaram. Sam começou a falar.
-Acredito que todos estão confusos, vou explicar o que houve. Sentem-se onde for mais apropriado.
-Quem são elas? – rosnou Paul, repetindo a minha pergunta.
-São nossas aliadas, acho que amigas seria a palavra correta.
Elas assentiram com a cabeça e observavam todos com atenção, Bella as analisava dos pés a cabeça, porém, elas não se intimidaram, mostraram se confiantes.
-Se apresentem por favor – disse Sam.
Uma delas deu alguns passos a frente.
-Acredito que minha frase não seja apropriada ao momento, mas é um prazer conhece-los. Me chamo Maite e sou a líder da minha tribo. Estas são Daia, Jaci e Idi, minhas companheiras e irmãs.
-Ok, mas o que vocês fazem aqui? O que aconteceu?
Ela fitou Sam.
-Vou contar tudo a vocês, mas não quero interrupções! Estas são nossas amigas brasileiras, responsáveis pela nossa estadia no Brasil. Ficamos na reserva onde elas moram e protegem –a palavra protegem, foi bem aplicada –Durante o tempo que ficamos na reserva pudemos conhecer a história e as lendas a quais elas pertencem.~
Passeávamos pelos rios e cachoeiras da região, um dia sai com alguns rapazes da reserva para aprender técnicas de caça e pescaria empregadas nas redondezas. Emilly ficou com as meninas, mas depois resolveu fazer um breve passeio. Foi quando, ela acabou se perdendo nas trilhas, que aliás são muitas, nesse tempo, eu senti um cheiro repugnantemente doce, acho que vocês todos sabem do que estou falando.
Fiquei muito agitado e preocupado, deixei os rapazes no passeio e voltei para a casa onde estávamos hospedados, mas não encontrei Emilly. Então Idi, me contou que ela havia dado um passeio, mas que não tinha retornado.
Sai desesperado pela mata atrás dela, pois, sabia que havia um vampiro circulando por lá e que Emilly e os demais membros da tribo corriam perigo. Senti que Idi também percebeu que alguma coisa ruim estava acontecendo, mas nunca imaginei...- ele disse balançando a cabeça- nunca imaginei que ela fosse uma transfiguradora como eu.
Sai em disparada pela mata, rastreando o cheiRo de Emilly, precisava deixá-la em segurança antes de procurar pelo vampiro. O cheiro se tornava mais forte a cada passo que eu dava, não tive dúvidas, deixei que meu lobo tomasse conta de mim, não tinha tempo de sobra para uma caçada a pé.
Corri alguns quilômetros e logo pude ouvir os gritos vindos da floresta, um desses gritos me fex gemer de dor, era Emilly- parecia que ele estava revivendo os momentos, Emilly foi ao lado dele e lhe deu um abraço - Ela pedia socorro, mas não estava só, o médico veterinário da reserva o Moacir e a namorada dele Aline, acompanhavam minha esposa. Corri mais depressa, e cheguei ao local, os três vampiros estavam prontos para atacar quando me viram. As expressões deles era de curiosidade, mostrei meus dentes afiados e me lancei na frente dos humanos, esperando que eles pudessem correr.
A vampira baixinha e loira, me fitou e riu da minha cara, me lançou um olhar ameaçador e então eu gemi de dor, os outros que a acompanhavam riam da situação, ela olhava para mim sem movimentar um membro do corpo e a dor era intensa.
-Jane – Bella dissse, todos olharam para ela.
-Acredito que sim Bella, ela avançou em cima de mim, ferindo meu braço. Emilly tentou correr para me ajudar, mas o outro vampiro grandão a jogou para longe e ela desmaiou. Fiquei até feliz com aquilo, talvez eles a poupassem. Quando a sanguessuga estava prestes a me matar Idi apareceu em forma de Loba, uma Loba igual a mim, o que deixou os outros confusos, mais Lobas chegaram todas iguais a mim.
Mas não foi o suficiente para encurrala-los, eles pegaram os Moacir e Aline e levaram com eles.
-Eu não entendi a parte que você disse sobre os lobos iguais a você.
-É uma das nossas armas – disse Maite – podemos nos transformar todas no mesmo animal, isso deixa o oponente confuso por alguns minutos.
-Então quer dizer que os sanguessugas levaram seus amigos? – perguntei.
-Exatamente, eles levaram e eu tenho a obrigação de protege-los, é a minha obrigação como Alfa, ainda mais porque essa tarefa foi delegada a mim.
-Porque essa tarefa foi delegada justamente a você? – Meu pai perguntou curioso.
-Bom eu não tenho sangue Alfa correndo nas minhas veias, fui escolhida para ser Alfa, quando Cacau, nossa irmã foi embora da tribo.
-Deve ser uma covarde – murmurou Paul.
-Não fale o que você não sabe! – disse Idi.
-Cacau, foi a procura do pai dela, todos na tribo acreditam que ele se suicidou, mas ela acredita que ele ainda está vivo.
-Mas porque você tem que proteger o tal rapaz?- continuou meu pai- O que ele tem de especial?
-Ele é o Imprinting dela!
Todos ficaram calados, alguns mais que outros ali, sabiam qual era o sentimento com relação ao seu imprinting, um frio passou pelo meu corpo, eu não gostaria de estar na pele daquela estranha.
-Bom, eu as trouxe até aqui, pois sabia que nós teríamos algumas informações a passar para elas.
Bella pela primeira falou mais uma vez.
-Os Volturi levaram seus amigos?
-Não sabemos quem levou, foi o Sam que comentou conosco que os vampiros pareciam ser da Guarda desses tais. Na realidade nossa experiência se baseia em nômades que circulam pelas nossas terras, não temos experiência com nenhuma realeza. Esperamos contar com vocês.
-Sinto lhes informar, mas temos más notícias. – eu falei- são quase dez horas da manhã e temos uma reunião com os Cullens, ao meio dia, a vidente viu algo que precisa ser compartilhado com todos. Acho que a história de vocês fica para a noite. Pode ser?
-Quem são esses Cullens ? – perguntou a moça que eu acredito que era a Jaci.
-São os vampiros de quem nós lhe falamos – comentou Emilly
-Tudo bem, acredito que será interessante conhece-los. – resmungou Daia.
-Então cada um para o seu lado e nos encontramos na clareira perto do meio dia, os Cullens nunca atrasam.
Todos ficaram se entre olhando buscando algumas respostas vagas, as mulheres recém chegadas, pareciam bem a vontade no local, como se já tivessem estado ali durante um bom tempo.
Os meninos ficaram encantados com a beleza delas, até Paul que é um durão confessou ter achado elas lindas, Embry nem deu muita bola, ele andava atrás era da moça da bliblioteca a Key, ela andava sumida o que deixava ele um pouco chateado.
Além disso, tínhamos a confusão de um bando de lobos circulando pela reserva, em menos de uma semana minhas duas irmãs e o próximo certamente seria Steve o amigo da Bella, ele estava no limite, acredito que não se transformou ainda pois, não teve nenhum desentendimento ou alguma briga. Mas como a vidente disse que teria mais vampiros na região ele logo se transformaria.
Esperamos mais algumas horas, e depois fomos para a clareira, os Cullens como sempre já estavam de prontidão em linha,olhei para todos e notei que faltava um membro da família, Edward, ele não estava com eles. Dessa vez estávamos como humanos, até porque Bella estava comigo e o clã brasileiro nos acompanhava,as meninas pareciam bem curiosas e seus olhares eram atentos a todo e qualquer pequena movimentação. E desde a última vez em que estivemos nesse mesmo local, percebíamos que poderíamos dar um voto de confiança a eles.
-Bem vindos novamente meus amigos. – disse Carlisle.
Sam tomou a frente e o comprimentou.
-Obrigada Carlisle. Cheguei a pouco de viajem e já soube que temos algumas novidades nada agradáveis.
-Infelizmente Sam, espero não estragar a sua felicidade, aliás, meus comprimentos e de minha família, ficamos muito contentes em saber do seu casamento.
Sam balançou a cabeça, Bella fitava todos e me lançou um olhar, como se estivesse pedindo para ir até eles.
-Vá enfrente. – eu disse.
-Obrigada ela sussurrou.
Enquanto ela atravessa a clareira, as brasileiras ficaram olhando preocupadas, como se estivesse prontas a atacar, quando Emmett ergueu Bells nos braços, elas cochiram entre si. Seguiu-se assim, entre abraços e pequenas palavras de carinho. Depois de alguns minutos Bella voltou para mim, tentando caminhar rápido ela tropeçou e quase caiu, se não fosse a rapidez de alguém que se adiantou de mim.
-Tome cuidado Bella – Edward disse, erguendo ela.
-Obrigada, estou bem.
Ele continuou olhando ela, mas a soltou e deixou que retornasse a meus braços.
-Bem na hora – disse Alice.
Mais alguns momentos de abraços e toda aquela demonstração de saudade para com o leitor de mentes e finalmente a reunião começou.
